terça-feira, 15 de setembro de 2015

Mulher Tigresa

Por Rosângela Ferris*

Metade de mim é a calmaria cristalina
como um riacho correndo entre folhas
a outra metade é um vulcão em erupção
por onde escorre a lava ardente da paixão.


Uma metade de mim grita pela noite eluarada
e a outra metade luta pela liberdade sonhada
vira o alarido de cornetas, vibrando palavras da verdade.
Uma metade entrelaçada num elo de mulher
cheia de carinho no toque da mão
já a outra metade é uma ligeira tigresa
arranhando sua pele e seu coração.


Metade de mim é um imenso jardim
onde um lençol estendido tem a marca de nós dois
um molde perfeito - quase formando um só
recendendo com aroma de jasmim.


Já a outra metade é um deserto sem fim
castigado nas areias do imenso sentimento de amor,
que se move sobre o corpo nú e levado pelo vento
se desfaz como pétalas de roseiral em flor.



*Rosângela Ferris é poetisa, autora de Frágeis, mas nem tanto (All Print Editora, 2009),  integra a diretoria do Imel como Secretária Executiva e administra a página facebook.com/nosdapoesia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LÁ VAMOS NÓS DA POESIA…